Imagine a sensação de estacionar o carro para ir até a igreja e, assim que parar o veículo, ser abordado por bandidos armados que levam seu carro com vários objetos de valor dentro da cabine. Foi o que aconteceu com a advogada Magaly Machado, 40 anos. “Junto com o carro, levaram notebook, três celulares, máquina fotográfica, minha bolsa, carteira e vários documentos de trabalho. Isso aconteceu há um ano e nunca mais vi o automóvel novamente. Ainda pago débitos do carro zero que tinha acabado de comprar”, relata a advogada.
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| O carro de Magaly foi levado com vários pertences de valor dentro |
Com histórias como a de Magaly, é impossível não notarmos a forte presença da violência na cidade. Nesse contexto, é preciso ter a consciência de que nem só os órgãos oficiais devem tomar atitudes que acabem com esse clima de medo. Cada pessoa pode colaborar de alguma forma para a diminuição da criminalidade. Uma dessas maneiras é tomar cuidados simples que são capazes de tirar a atenção dos meliantes de cima do seu veículo. O delegado da Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos de Veículos de Pernambuco, Nelson Couto, dá dicas sobre como o motorista pode se prevenir. Confira.
Foi roubo ou furto?
Nelson Souto fala que o roubo do veículo é normalmente caracterizado pelo uso de violência contra o proprietário do carro. Já a furto acontece sem que o motorista esteja presente. “Grande parte dos bandidos rouba ou furta um veículo para subtrair os objetos que estão dentro do habitáculo ou acessórios do automóvel. Uma prova disso é que cerca de 48% dos veículos roubados ou furtados no estado são localizados pela polícia”, conta o delegado. Nelson ainda destaca que, se um cidadão é assaltado dentro de seu carro e o bandido leva apenas objetos, isso não se configura um roubo do veículo, mas sim de pertences pessoais.
Auxílio do alarme
Para o delegado, acessórios como o alarme são grandes parceiros dos motoristas na inibição de roubos e furtos de veículos. Rastreadores via satélite e bloqueadores de combustível também entram nessa lista. “São equipamentos que, se não impedem que o meliante leve o veículo, pelo menos facilitam bastante a localização do carro pela polícia”, afirma Nelson.
O que os olhos não veem…
…não desperta a vontade de roubar. Pois é. Por isso, uma dica importante é não deixar objetos de valor à vista no habitáculo do veículo. “Uma ação bem comum de meliantes que avistam objetos de valor dentro da cabine é a quebra do vidro para subtração desses pertences. Se não der para levar esses bens com você, coloque-os no porta-malas”, aconselha o delegado.
Cuidado ao estacionar
Também é preciso estar atento ao local em que o carro será estacionado. A dica é evitar localidades pouco movimentadas e com altos índices de roubos ou furtos de veículos. “Em shows, é comum vermos grandes aglomerações de veículos que se tornam alvo fácil de bandidos se estiverem estacionados em locais ermos. Nessas ocasiões, procure parar o automóvel em estacionamentos oficiais e que possuam vigilância ou dê preferência aos táxis e ônibus”.
De olho no som
Nelson fala que os bandidos que roubam ou furtam veículos sempre estão em busca dos alvos mais fáceis. Por isso, há uma probabilidade maior de fazerem uma investida em carros que tenham aparelho de som que não seja de fábrica, já que é mais simples retirar o equipamento. “No caso dos aparelhos de som em que é possível retirar a parte frontal, é sempre bom fazer essa retirada e levar o item na bolsa toda vez que estacionar o carro. Como não terá o equipamento completo, o bandido poderá ser desencorajado a efetuar o crime”, frisa o delegado. “Quando o motorista abre a porta-malas do carro e mostra o potente equipamento de som que possui, ele se transforma em um chamariz para a ação de criminosos. Isso deve ser evitado”.
Gerando dúvida
Nelson também explica que, se dentro da legalidade, a película fumê se transforma em aliada do condutor que deseja se proteger de roubos de carros. Isso porque os bandidos, geralmente, gostam de agir com garantias de que tudo dará certo no ato criminoso. “Entre um carro com e um sem película, darão preferência ao com vidros transparentes, pois terão uma visão completa de quantas e quais pessoas estão dentro do automóvel”, fala o delegado.
O caminho até o veículo
O delegado afirma que outra dica importante é o condutor estar atento ao entorno da sua residência na volta para casa. Se perceber alguma movimentação estranha, a orientação é dar mais uma volta no quarteirão e, se a suspeita continuar, procurar uma viatura da polícia que possa conduzi-lo até a casa. “O mesmo procedimento deve ser feito se você perceber uma pessoa suspeita próxima a seu veículo quando for buscá-lo no estacionamento. É importante lembrar que o ladrão de carros não é maltrapilho. Muito pelo contrário, normalmente são jovens de boa aparência física”, alerta Nelson.
Agilidade redobrada
Seguindo a lógica de que os criminosos só desejam uma oportunidade para agir, Nelson fala que os passageiros devem embarcar e desembarcar rapidamente do veículo para não criar uma chance para os meliantes. “Também não é recomendado ficar falando ao celular com o carro parado ou se maquiando, no caso das mulheres”.
Carros incomuns
O delegado ressalta que o tipo de carro mais visado pelos criminosos é aquele popular, que não vai chamar muita atenção por onde passa. “Por isso que picapes ou carros importados, que possuem um valor mais alto, não estão entre as principais opções dos bandidos”.
O que fazer?
Mas infelizmente todos estão suscetíveis a ações criminosas. Por essa razão, é preciso saber que, em caso de roubo ou furto do seu veículo, o Centro Integrado de Operações de Defesa Social (Ciodes) deve ser avisado por você do acontecido através do número 190, para que todas as viaturas da localidade fiquem cientes do que ocorreu. Em seguida, uma delegacia de polícia deve ser procurada para se fazer um Boletim de Ocorrência (B.O.). Aí, o relato do crime já estará presente numa base nacional de dados e as buscas pelo veículo começam. O delegado informa que os automóveis roubados ou furtados são encontrados num período médio de 72 horas. “Isso a depender do local em que ele for abandonado pelos ladrões. Se for muito movimentado, a demora é maior e vice-versa”, explica. “O mais importante é o condutor ter na cabeça que nunca deve reagir, pois um criminoso sempre poderá estar acompanhado por um comparsa, mesmo que ele não esteja à vista”, finaliza.
Fonte: http://vrum.com.br
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